Museu de Arte Murilo Mendes | MAMM

A obra e a coleção: Aproximações em Murilo Mendes

Desde cedo que encontrei na arte uma razão de ser e estar no mundo (…)

Murilo Mendes aprimorou seu interesse pela arte desde o início dos tempos de Rio de Janeiro. Assim, ao longo de sua obra literária, o poeta foi convivendo e mantendo um diálogo profícuo com várias tendências artísticas. Inicialmente, desenhos de Ismael Nery, Portinari e Jorge de Lima ilustraram sua residência e seu estar carioca. Depois, em Roma, seu acervo foi incrementado por um número expressivo de obras de arte de artistas que, mais tarde, se tornaram seus amigos. E, nesse convívio, o poeta reconheceu o permeio de várias formas de expressão artística com sua poesia. Nessa construção poética, identificamos o diálogo com vários procedimentos estéticos das vanguardas do início do século XX.

Na relação íntima com as artes visuais, Murilo considerou tanto seus textos poéticos quanto os textos em prosa pertencentes à “invenção”, com liberdade total no ato de escrever, sem privilegiar qualquer gênero literário. Nas meditações em prosa, grafitos, murilogramas ou até nos retratos-relâmpago, o poeta incorporou à sua obra procedimentos de outras formas de expressões artísticas. Sua peculiar interpretação das obras de arte, através de artigos que publicou na imprensa desde os anos 1920, é que o fez um crítico identificado com algumas filiações teóricas.

Com o objetivo de promover esta aproximação da construção poética à construção de sua coleção de artes visuais, o Museu de Arte Murilo Mendes traz a público algumas das identificações mais marcantes registradas por seus amigos e estudiosos. Assim, esperamos que o público visitante também encontre suas aproximações com a poesia, a arte que o poeta colecionou e, principalmente, o espelho de toda esta relação de afinidades: a amizade.