Museu de Arte Murilo Mendes | MAMM

VERBO E COR 3 – Preservar é preciso!

Levar a história de Juiz de Fora aos seus cidadãos a partir de uma mostra que provê um diálogo cultural entre o passado, o presente e o futuro nos faz refletir sobre a importância de se manterem vivas as informações que compõem a memória coletiva, impossível de ser dissociada daquela que é ostentada pela própria urbe. Realizada pela união de diferentes expressões artísticas, em particular a linguagem verbal e a visual, a exposição Juiz de Fora – Do início do século XX aos dias atuais promove uma reflexão sobre o tempo e suas ações, oferecendo aos observadores a oportunidade de se aprofundar na história de nossa cidade e assim conhecendo-a e compreendendo-a melhor.

Acreditamos que a esta coletiva, que mescla textos, fragmentos de poemas e frases a pinturas e fotografias, agregam-se possibilidades especiais, como a construção de uma nova perspectiva de realizações atreladas ao compromisso de preservação dos testemunhos da evolução política, social e econômica da cidade, seja pela arquitetura, pelos costumes, pela cultura ou pelas manifestações da própria sociedade. Com a esperança de que se torne um atrativo para o olhar, principalmente daqueles que não tiveram contato com essa história, esperamos que esta exposição se torne oportunidade de conhecimento, sobretudo para jovens estudantes.

Em 2013, a primeira mostra sobre Juiz de Fora trouxe a um vasto público, que incluiu alunos dos ensinos básico e fundamental, informações sobre a construção da cidade, abrangendo do Descobrimento ao final do século XIX. Agora, nossa intenção é evidenciar as grandes mudanças realizadas ao longo do último século do segundo milênio, chegando à primeira e à segunda décadas do terceiro milênio sob o ângulo de diferentes artistas que nos emprestaram diversificadas concepções estéticas, oferecendo-nos a honra de compartilhar seus olhares sobre a história local.

Ao acompanharmos alguns dos principais acontecimentos que marcaram a cidade, procuramos dar ênfase ao surgimento de uma consciência sobre a necessidade de preservação de nossa identidade cultural, basicamente a partir da conservação de alguns dos ícones que caracterizam Juiz de Fora. A história que contamos aqui é a base para que possamos projetar o futuro, formando o pensamento de que preservar é preciso, com critério, para que consigamos manter não apenas a memória da urbe, mas a nossa própria, para as gerações que nos sucederão.

Gerson Guedes
Pró-reitor de Cultura da UFJF