Museu de Arte Murilo Mendes | MAMM
Poemas passam de formatos linguísticos a objetos artísticos na mostra “Poemóbiles/Caixa Preta” em cartaz na Galeria Poliedro. O nome da exposição revela o título dos livros-objetos que ficarão expostos para o público até primeiro de março de 2015.
Tanto “Poemóbiles” (1968-1974) quanto “Caixa Preta” são uma parceria do poeta brasileiro, Augusto de Campos, com o artista plástico espanhol, Julio Plaza. As obras, raras na bibliografia nacional, materializam o projeto da poesia concreta que busca uma “arte geral da palavra”, ou seja, integrar som, visualidade e sentido de cada vocábulo.
Estas publicações quebraram o formato convencional de livro e criaram os livros-poema, ou livros-objetos: os “Poemóbiles”. Formados por um conjunto de objetos tridimensionais, de tamanho e proporção regulares, quando abertos, estes objetos se tornam páginas com vocábulos grafados sobre estruturas entre formas geométricas e orgânicas. O texto adquire, portanto, um caráter escultórico e móvel e passa a atuar como uma pintura em movimento no corpo do papel.
Esta proposta faz com que o leitor saia de sua costumeira passividade diante da palavra escrita e se torne parte do conjunto, interagindo e criando novas visões sobre o que é poema e o que é arte. A cada página virada, uma nova figura geométrica se forma. E o leitor participa do criar de cada poema, ao montar o suporte de papel.
Para preservar as obras, a exposição não será interativa, no sentido de o visitante participar da montagem dos livros. Mas o processo de leitura destes livros-arte estará ilustrado dentro das vitrines com alguns poemas em relevo, e as poesias “Vivavaia” e “Galáxias” estampadas nas paredes da galeria Poliedro.
Serviço
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