Museu de Arte Murilo Mendes | MAMM
A “31ª Bienal de São Paulo – Como (…) coisas que não existem – Obras Selecionadas” chega ao Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM) dia 9 de abril, quinta-feira, às 20h, apresentando o elo inexorável entre ação e reflexão. A mostra é parte do programa de itinerância fundado em 2011, na 29ª edição da Bienal. Este ano, 5 cidades brasileiras (São José dos Campos, Campinas, Juiz de Fora, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Belo Horizonte) foram contempladas, e, pela primeira vez, uma cidade do exterior (Porto, em Portugal) faz parte do circuito. É a terceira vez que o MAMM representa Juiz de Fora no programa de itinerânia e as 25 obras de seis artistas estrangeiros que integram a mostra, colocam em debate as maneiras pelas quais é possível abrir caminhos para os dilemas sociais contemporâneos.

Bruno Pacheco
Portugal
À primeira vista o visitante se depara com uma pintura tradicional que retrata situações de aglomeração. Entretanto, as quatro telas que compõem Meeting Point [Ponto de Encontro] incorporam elementos fotográficos para realizar um estudo dos movimentos em grupo. Em cada imagem é possível notar ações em conjunto voltadas para um mesmo objetivo. Entretanto o centro agente destas ações não é identificável, fazendo referência a protestos e coletivas que acontecem por todo o mundo.
Agnieszka Piksa
Polônia
Numa mistura entre os mundos da ficção científica e o universo tribal, o fanzine “Justice for aliens” [Justiça para os alienígenas] questiona a relação, nem sempre amistosa, entre os diferentes povos. Ícones, totens e símbolos tribais, são reunidos a aliens através de colagens. Em uma das páginas da obra, a artista indaga: – “Porque os alienígenas são sempre feios, maus e inimigos dos seres humanos?” -. Assim, a artista contrapõe as diferenças de perspectiva no enxergar o desconhecido entre as culturas tribais (que entendiam o outro com certa alteridade) e as do mundo moderno (em que prevalece a ideia de imposição e da conquista de uma cultura pela outra).
Gülsun Karamustafa
Turquia
Duas linguagens artísticas diferentes marcam a presença de Karamustada no MAMM. Uma delas, é a colagem têxtil de sete metros de comprimento, “Resimli Tarih” [História Ilustrada], que tem a história de modernização da Turquia como pano de fundo. A partir de uma túnica semelhante um caftã – símbolo da opulência do Império Otomano – a colagem foi desenvolvida em tecido de qualidade duvidosa, encontrado nos mercados populares de Istambul, reunindo elementos que representam o embate entre migrantes e habitantes urbanos. O assunto do trânsito populacional reaparece na segunda obra: a vídeo-instalação “Muhacir” [Migrante]. Neste trabalho, Karamustafa revela a situação de êxodo forçado vivido por muitas pessoas que enfrentam os conflitos na região dos Bálcãs. O destaque é a montagem desta obra, que permite ao espectador acompanhar simultaneamente as trajetórias de vida de duas mulheres: uma saindo da região da Criméia, e outra partindo da Bósnia e Herzegovina. A fronteira entre os países é representada, metaforicamente, pelos limites físicos entre dois telões: duas telas para mostrar, cada uma a seu tempo, duas origens e histórias de vidas diferentes que, em razão da guerra, se encontram num mesmo local de chegada, Istambul.
Nilbar Güres
Turquia
A partir da conjunção do bordado, do tecido e do papel numa técnica mista de colagem tradicional e tessitura, Gures apresenta um jogo de luz e sombra em “Candle Light, Monstera Deliciosa and Candonble” [ Luz de vela, Monstera Deliciosa – planta nativa do México conhecida no Brasil como Costela de Adão – e Candomblé]. A obra constrói elementos oníricos, ricos em vitalidade e erotismo, e se torna ferramenta crítica a toda forma de repressão a liberdade sexual.
Johanna Calle
Colômbia
A série “Imponderáveis”, transforma materiais banais, como arames, em base para analogias e construções simbólicas que afetam, de algum modo, todas as pessoas do globo. Estendidos sobre um cartão, arames formam desenhos reticulares que aludem à arquitetura de prédios das grandes cidades e grades. Quando a continuidade das linhas, montada nos moldes dos livros de contabilidade, se rompe, causa a desestruturação do sistema. Nesse contexto, torna-se inevitável a alusão desta desestabiliazação a um colapso econômico ou crise financeira que abala as estruturas tanto de ricos quanto de pobres.
Teresa Lanceta
Espanha
A série “Bert Flint” representa um mergulho em comunidades tecedoras do Médio Atlas marroquino e de Granada. As tradições têxteis desses povos representam uma metáfora de união de forças dentro da comunidade. Assim, o trabalho de Lanceta defende a utilidade da arte e da criação coletiva ante a ideia de gênio individual. Para tanto, o processo criativo e obra formam uma metalinguagem na qual o meio é também a mensagem
Palestra Treinamento
Setor Educativo
No dia 8 de abril, às 19h, a equipe do Educativo da Fundação Bienal realiza um treinamento especial com professores e público interessado em conhecer as propostas pedagógicas da mostra. No encontro os arte-educadores irão realizar uma oficina com os participantes e aprofundar conceitos e ideias presentes nas obras em exposição. Para participar, os interessados devem se inscrever aqui. A inscrição é gratuita.
Visitas Mediadas
Setor Educativo
O setor educativo do MAMM estará preparado para atender os visitantes interessados em saber mais sobre as obras em exposição. Caso queira ser acompanhado por um dos arte-educadores do museu durante a visita, faça o agendamento telefone 3229-7642.
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Serviço
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31ª Bienal de São Paulo – Como (…) coisas que não existem – Obras Selecionadas Abertura: 9 de abril (quinta-feira) Encerramento: 31 de maio (domingo) Visitação: de terça a sexta, das 9h às 18h sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h Oficina com professores(Educativo) Data: 8 de abril Horário: 20h Local: Rua Benjamin Constant, 790, Centro – Museu de Arte Murilo Mendes Entrada Franca Outras informações: 3229-7650 |