Museu de Arte Murilo Mendes | MAMM

ESCUTA AQUI – QUESTÕES SOBRE MÚSICA, MERCADO E CULTURA HOJE

As transformações nas formas de produção e circulação da canção hoje impõem questões candentes no que diz respeito às novas relações entre música, mercado e cultura hoje, tais como: quem precisa de gravadora, disco e crítico? Que ressonâncias musicais se interpenetram no espaço e no tempo de Juiz de Fora? Modernizar o passado é uma [r]evolução musical? A fim de se discutir sobre tais problemas, o grupo Ressonâncias: música, mídia, literatura, em parceria com o MAMM, reúne músicos, poetas, pesquisadores e produtores musicais no seminário Escuta aqui: questões sobre música, mercado e cultura hoje, evento que ocorrerá em três encontros, nos dias 03, 10 e 17 de novembro, sempre às terças-feiras, das 18h às 20h. Performances musicais de Labaq (Portugal), Laura Jannuzzi e Édimo Pereira de Almeida serão integradas aos debates nas três noites. Haverá emissão de certificados aos participantes.

Acesse o formulário de inscrição aqui.

 

PROGRAMAÇÃO

 

03/11 | Quem precisa de gravadora, disco e crítico?

Luiz Alberto Moura (Universidade do Minho – Portugal/ Ressonâncias)

Hugo Ferreira (Manager Omnichord Records, Presidente Why Portugal)

 

10/11 | Que ressonâncias musicais há no tempo e no espaço de Juiz de Fora?

Pedro Teixeira (UFJF/ Ressonâncias)

Daniela Aragão (Cantora e pesquisadora)

Laura Januzzi (Cantora e compositora)

 

17/11 | Modernizar o passado é uma [r]evolução musical?

Edmon Neto (UniAcademia/ Ressonâncias)

André Capilé (UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda)

Guilherme Gontijo Flores (UFPR- Universidade Federal do Paraná)

 

RESUMOS

 

03/11 | Quem precisa de gravadora, disco e crítico?

Luiz Alberto Moura (Universidade do Minho – Portugal/ Ressonâncias)

Hugo Ferreira (Manager Omnichord Records, Presidente Why Portugal)

A música e a indústria que a envolve vêm sendo profundamente impactadas pelas novas tecnologias e realidades que a internet impõe dia após dia. Velhas e novas práticas de audição e produção musical se friccionam cotidianamente obrigando o mercado fonográfico a se reinventar em ciclos. Porém, alguns conceitos continuam ainda predominantes na forma como a música chega até nós, como a prescrição e mediação. Nesse sentido, em um mundo que vê as grandes gravadoras encolherem em número e relevância, vamos discutir o papel das pequenas gravadoras, as indie, nesses processos, sobretudo, no que diz respeito à produção de discos em uma realidade “desmaterializada” pela plataformização musical, mas que, ao mesmo tempo, vê o vinil e até o cassete como resistência a essa realidade; a função desses selos enquanto formas mais ágeis de ação em face às intempéries do mercado; e sua relevância como formadores de opinião e de gosto em um universo cada vez mais pulverizado, em que todos são produtores e ouvintes ao mesmo tempo.

Participação musical: Labaq (Portugal)

 

10/11 | Que ressonâncias musicais há no tempo e no espaço de Juiz de Fora?

Pedro Teixeira (UFJF/ Ressonâncias)

Daniela Aragão (Cantora e pesquisadora)

Laura Januzzi (Cantora e compositora)

No segundo encontro, contempla-se a música autoral de Juiz de Fora sob duas perspectivas. Na primeira, a cantora e pesquisadora Daniela Aragão reflete sobre o seu importante trabalho de resgate da memória dos artistas de Juiz de Fora; na segunda, a cantora, compositora e produtora Laura Jannuzzi faz ressoar o Encontro de Compositores e a cena da música autoral de Juiz de Fora. Após as falas, segue o debate entre as conferencistas, os membros do Grupo de Pesquisa Ressonâncias e os inscritos no evento.

Participação musical: Laura Jannuzzi (voz e violão)

 

17/11 | Modernizar o passado é uma [r]evolução musical?

Edmon Neto (UniAcademia/ Ressonâncias)

André Capilé (UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda)

Guilherme Gontijo Flores (UFPR- Universidade Federal do Paraná)

O propósito do encontro é discutir a presença da ancestralidade na música brasileira, a partir da observação e da análise de elementos culturais e linguísticos que fazem parte do universo criativo de artistas brasileiros, do samba ao axé, ou de nomes como Elza Soares, Mateus Aleluia, Tiganá Santana, dentre outros. Para isso, consideram-se as técnicas de produção poético-musical, as aproximações e distanciamentos entre composição de poesia e letra de música, os recursos tradutórios que possam incidir sobre a concretização de obras musicais, bem como a possibilidade de pensar uma política da linguagem que envolva a reinvenção das tradições culturais brasileiras.

Participação musical: Édimo Pereira de Almeida.

 

CONVIDADOS

 

ANDRÉ CAPILÉ

André Capilé é um poeta brasileiro, nascido em Barra Mansa, Rio de Janeiro, em 1978. É graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Mestre em Letras pela PUC-Rio. Doutor em “Literatura, Cultura & Contemporaneidade”, também pela PUC. Publicou Rapace (TextoTerritório, 2012) e Balaio (7Letras, 2014); traduziu, para a Edições Macondo, “The Love Song of J. Alfred Prufrock” na coleção Herbert Richers e publicou Muimbu pela Edições Macondo. Em 2019, lançou pela TextoTerritório Chabu e Rebute.

 

DANIELA ARAGÃO 

Daniela Aragão é mineira de Juiz de Fora (10/03/1975). Doutora em Literatura Brasileira pela PUC-Rio e cantora. Gravou o cd “Daniela Aragão face A Sueli Costa face A Cacaso”. Há mais de duas décadas pesquisa música popular brasileira. Publicou artigos, ensaios e crônicas musicais em jornais diversos como Suplemento Minas de Belo Horizonte, AcheiUSA, O Dia (Teresina). Entrevistou uma série de compositores, músicos e cantores em sua coluna no site Acessa.com. Seu livro de crônicas musicais reunidas “De conversa em conversa” sairá pela editora Chiado no final de 2020. Atualmente dedica-se à escrita da biografia da cantora e compositora Joyce Moreno.

 

ÉDIMO DE ALMEIDA PEREIRA

Possui graduação em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1994); Mestrado em Letras pela mesma instituição (2004); Pós-graduação em Direito Público pela Associação Nacional dos Magistrados Estaduais e pelo Centro Universitário Newton Paiva (2007); Graduação em Letras pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (2013), instituição de Ensino Superior na qual atua como professor do Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Letras. Possui também Doutorado em Letras – Estudos Literários, pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013). Essa dupla formação permite-lhe a atuação como profissional do Direito (professor e advogado) e como professor de Língua Portuguesa e Literatura vernácula, além da dedicação à escrita de livros de literatura infantojuvenil.

 

GUILHERME GONTIJO FLORES

Guilherme Gontijo Flores é poeta, tradutor e professor na Universidade Federal do Paraná. É autor de  brasa enganosa (2013), Tróiades (2014, www.troiades.com.br), l’azur Blasé (2016), Naharia (2017), Carvão : : capim (2018) e História de Joia (2019). Como tradutor, publicou, entre outros, A anatomia da melancolia, de Robert Burton (4 vols., 2011-2013), Elegias de Sexto Propércio (2014) e Safo: fragmentos completos (2017). Foi um dos organizadores da antologia Por que calar nossos amores? Poesia homoerótica latina (2017) e publicou o ensaio Algo infiel: corpo performance tradução (2017), com Rodrigo Gonçalves. É coeditor do blog e Revista Escamandro: poesia tradução crítica. Nos últimos anos tem trabalhado com tradução e performance de poesia antiga, integrando o grupo Pecora Loca.

 

HUGO FERREIRA

Português, fundou a Omnichord Records em 2012, sediada em Leiria, região central de Portugal, distante cerca de 150 km da capital. Tem formação de direito, mas foi na Rádio Universitária de Coimbra que teve a grande escola nos anos 1990. Está no núcleo duro da FADE IN, associação cultural sem fins lucrativos também sediada em Leiria que promove, entre tantos eventos, o festival Entremuralhas. Em oito anos, a Omnichord Records conta com mais de 40 edições físicas e seus artistas já fizeram turnês por mais de 18 países em três continentes. A gravadora ainda gere projetos como o MAPAS, Festa dos Museus; festivais como A Porta, Música na Cidade; e ainda encontra tempo para gestão de Atividades de Enriquecimento Curricular (AECS) em escolas primárias da região. Entre 2014 e 2015 Hugo presidiu a Associação Profissional de Músicos Artistas e Editoras Independentes (AMAEI) em Portugal. Em 2017, Hugo Ferreira foi cofundador da Why Portugal, que ainda preside, órgão que visa difundir internacionalmente artistas portugueses.

 

LAURA JANNUZZI

Cantora e compositora, Laura Jannuzzi é um dos principais nomes da cena musical de Juiz de Fora.  Produz, desde 2015, o Encontro de Compositores de Juiz de Fora. Em 2016 lançou a álbum Ondes, financiado pela Lei Murilo Mendes e está gravando um novo disco que será lançado em breve.

 

RESSONÂNCIAS

 

ALEX MARTONI

Doutor em Estudos de Literatura pela UFF. Músico, DJ e realizador audiovisual, é organizador do livro Rituais da Percepção (2018) e, atualmente, desenvolve pesquisas nas áreas dos sound studies, dos estudos de mídia e da literatura contemporânea brasileira.

 

EDMON NETO DE OLIVEIRA

Professor do Programa de Mestrado em Literatura Brasileira do Centro Universitário UniAcademia. Graduado em Letras (habilitação em Língua Portuguesa e suas literaturas) pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2011). Mestre em Letras: Estudos Literários (UFJF, 2014), cuja pesquisa engloba relações entre Poesia, Filosofia e Crítica Literária. Doutor em Letras: Estudos Literários (UFJF, 2018), tendo estabelecido diálogo entre arte, esporte e literatura. Membro do grupo de pesquisa “Práticas intermediais na literatura brasileira: técnica, estética e política”. Possui experiência na área musical e teatral, com projetos pontuais de composição e interpretação. As áreas de maior interesse são: Literatura brasileira, Teoria Literária, Música e Performance.

 

HENRIQUE MAZETTI

Professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Viçosa. Mestre e Doutor em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquisa relações entre mídia, poder e produção de subjetividades.

 

LEONARDO DA SILVA

Professor da Universidades Estácio de Sá. Doutor e Mestre em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal Fluminense. Graduando em Produção Fonográfica pela Universidades Estácio de Sá. Desenvolve pesquisas sobre canção popular, literatura, estudos de mídia e letramentos.

 

LUIZ ALBERTO MOURA

Doutorando pelo CECS/Universidade do Minho, Braga, Portugal; Jornalista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e Mestre em Comunicação, Arte & Cultura pelo ICS/Universidade do Minho. Tem Especialização em Estudos Urbanos pelo ISCTE/Universidade NOVA de Lisboa. Atualmente, possui foco no estudo em gravadoras indie. Tem um programa semanal sobre o indie português por uma web radio brasileira. É guitarrista e vocalista da The Invisible Age. Vive em Lisboa, Portugal, há seis anos e já viveu na Alemanha por dois anos. 

 

PEDRO TEIXEIRA

Professor Adjunto da Faculdade de Letras e Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras – Estudos Literários da Universidade Federal de Juiz de Fora. Graduado em Língua Italiana e respectivas literaturas (2007) e em Língua Portuguesa e respectivas literaturas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2008). Possui Especialização (2009), Mestrado (2011) e Doutorado (2015) em Estudos Literários e Representações Culturais pela Universidade Federal de Juiz de Fora. É autor dos livros Do samba à bossa nova: inventando um país (2015) e Transcaetano Trilogia Cê mais Recanto (2017).

 

RAFAEL SALDANHA

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais, do Centro de Pesquisa e Documentação em História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas, com ênfase em História da Música Popular Brasileira e graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2005). Atualmente ministra a disciplina Comunicação em Saúde na Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – SUPREMA (Juiz de Fora, MG).

 

RODRIGO BARBOSA

Jornalista e Professor Associado do Curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), onde ministra disciplinas de redação em jornalismo e jornalismo literário. É Mestre em Literatura Brasileira (CES-JF, 2015), com dissertação sobre a crônica e o processo criativo dos cronistas, e Doutor em Estudos de Literatura (UFF, 2018), com a tese-romance Sete mentiras e uma verdade. É compositor, com músicas gravadas por diferentes intérpretes, como Milton Nascimento, Zé Renato, Lúdica Música, Marcinho Itaboray. O homem que não sabia contar histórias, seu primeiro romance, lançado em 2012, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura.