“Armada dum tal rigor ela nos transmite a gravura em sua pureza específica, em sua categoria autônoma, alcançando assim a madureza”. Assim, Murilo Mendes definiu o trabalho de Fayga Ostrower, em texto para exposição realizada no Ministério de Educação e Cultura, no Rio de Janeiro, em 1956.
Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora: Fayga Ostrower foi uma artista multifacetada. Esta ocupação evidencia a ampla variedade tipológica de procedimentos empregados ao longo de sua trajetória profissional, seu interesse em experimentar diferentes materiais e o trabalho desenvolvido no campo acadêmico.
Nas notas finais de seu livro Janelas Verdes, onde escreve sobre cidades e personalidades portuguesas, Murilo Mendes explica que este título não se trata de uma alusão ao Museu das Janelas Verdes, mais importante museu de arte dos séculos XII a XIX em terras lusitanas: “Refere-se a espaços abertos; à liberdade; ao campo e ao mar de Portugal, ao verde que ali nos envolve sempre”.